mundial de vôlei

 

03/10/2010 08h05 - Atualizado em 03/10/2010 08h51

Revoltados com a atuação do Brasil, torcedores pedem seus euros de volta

Público protesta diante das bilheterias vazias do ginásio Palarossini


Búlgara com ingresso na mão após a partida do Brasil no Mundial de VôleiA búlgara Yaneva, com o ingresso na mão

A indignação com a atuação do Brasil na derrota da bulgária, no último jogo da segunda fase do Campeonato Mundial, não se resumiu a vaias. Após levantar cartazes, virar as costas para a quadra e até passar dos limites jogando objetos na direção dos jogadores, o público italiano continuou os protestos do lado de fora do ginásio Palarossini, na cidade de Ancona. Revoltados com a falta de disposição dos brasileiros, italianos e até búlgaros correram às bilheterias e pediram seus 40 euros (cerca de R$ 95,00) de volta.

- É muito justa essa atitude - disse a búlgara Stanimira Yaneva.

Os pedidos, no entanto, foram em vão. Com as bilheterias vazias e escuras, não havia ninguém para ouvir as reclamações, por mais que se gritasse. O protesto foi apenas simbólico, mas não menos enérgico por isso.

- Não foi um jogo. Foi uma vergonha. Eles não jogaram. Enfrentaram um time quase juvenil da Bulgária. Eles são os atuais campeões mundiais, número 1. O Brasil tinha que vencer porque tem condições de vencer qualquer um - afirmou Yaneva, integrante da minoria búlgara entre os 6.050 pagantes.

Ciente da cobrança dos torcedores, Bernardinho admitiu que a situação passou longe do ideal. O técnico alegou que não poderia arriscar jogadores com o Bruninho e Murilo.

- Compreendo a situação. Foi uma partida feia. Sinceramente, estou me sentindo muito mal por isso - afirmou.

Cartaz de protesto no jogo do Brasil no Mundial de VôleiDurante o jogo, o torcedor levanta o cartaz de protesto contra o Brasil

Na partida de sábado, o Brasil jogou sem o ponteiro Murilo, poupado, e o levantador Bruninho, que amanheceu gripado. Bernardinho precisou improvisar Theo como levantador. Sem disposição de vencer, a equipe verde-amarela foi atropelada e deixou o ginásio sob vaias e protestos.

Com o resultado, a Bulgária ficou com a liderança do grupo, e o Brasil avançou para enfrentar na terceira fase Alemanha e República Tcheca, rivais teoricamente mais fáceis do que Cuba e Espanha, que estariam no caminho verde-amarelo em caso de vitória. Além disso, a equipe não terá de passar por Florença e vai direto para Roma, que também será o palco das semis e da final.